quinta-feira, outubro 11, 2007

Alerta aos rapazes

Definitivamente não dá! Podem me chamar de amarga, de mal amada, de chata, mas...façam uma pesquisa de campo com o público alvo. Distribuam um questionário. Na pergunta “Qual seu grau de satisfação com o xaveco masculino?” entre as opções “alto”, “médio”, “baixo”, “baixíssimo”, certamente, as mais votadas serão as duas últimas.
Eu não sei o que acontece (e nem adianta apelar para Freud porque nem ele sabe explicar...), mas os homens não evoluem. Calma, rapazes. Não estou aqui levantando a bandeira feminista, nem empunhando um cartaz “Mulheres no poder”. Em algumas coisas vocês até evoluíram bastante (ainda são os melhores degustadores de cerveja!). Porém, no quesito cantada, xaveco e conversinha qualquer brinquedinho de sex shop consegue melhores resultados que vocês.
Duvidam? Vamos aos estudos de caso então.
Case 1: balada. Todo rapazinho quando começa sair de casa, cai de pára-quedas – ou, o que é pior, sem ele – numa boate. É na balada que os garotos (muitos ainda com aparelhos nos dentes ou carequinhas por terem acabado de entrar na faculdade) vão mostrar que são bons “pegadores”. Então eles seguem para a pista e começam curtir. Musica eletrônica, bastante destilado para criar coragem de “chegar nas mina”, alguns flertes iniciais. Como bom macho que é, depois da calibrada inicial o mocinho parte para o ataque. Mira na mina gostosinha, vai chegando, dançando meio desengonçado, até começar “trocar idéia”. Aí a casa cai. Atenção para a eloqüência: “Qual seu nome?” diz o homem em potencial para a guria. A seguir ele solta uma frase de efeito: “Nooossa...vc é muito gata”, ou outro adjetivo parecido.
Tudo bem. Você aí, macho, corporativista, já deve estar com o discurso pronto: ele é um garoto inexperiente. Espera ele crescer que você não vai se arrepender.
Não se iludam amigas. Tudo no homem evolui. Do diâmetro da barriga ao saldo da conta bancária. Menos...
Case 2: Quem já superou a fase balada, está na fase baladinha. Barzinhos, botequinhos de luxo ou coisas do gênero. Ambiente mais sossegado, com boa bebida, cardápio agradável, música de qualidade. Geralmente a decoração ajuda então a gente pensa: ambiente legal para conhecer uma pessoa bacana. Seria mesmo. No entanto, olha as mancadas: os caras que tem mais de 23 e menos de 35 anos são assíduos freqüentadores desses lugares. Como não tem a musica eletrônica para ajudar na aproximação, criou-se uma técnica, a priori, perfeita para fazer o contato inicial: bilhetinhos, os chamados “torpedos”. Quando você está lá, com suas amigas, conversando sobre assuntos de extrema relevância (todos os assuntos que rolam nas mesas que só tem mulher são super inteligentes), chega o garçom modestamente com um guardanapo dobrado em quatro e diz: Mandaram te entregar. Então você abre, na esperança de encontrar algo tão interessante quanto o papo interrompido. Porém, os dizeres são...os mesmos?? “Você é linda..quero te conhecer, me liga” e um número de telefone é posto no guardanapo de papel. Cadê o repertório variado?? Onde está a sensibilidade, a criatividade?? O tempo não lhes trouxe isso?? Oh, céus...preocupante.
O problema talvez esteja nos caras de 20 a 30 e poucos anos. Vamos variar. Se homem demora para amadurecer, uma mulher de 24 talvez precise de um na faixa dos 40, 45 anos. Homens bem sucedidos profissionalmente, com a vida equilibrada, seguros. Esse é o nicho.
Case 3: Você como é mulher, inteligente, adulta e bem resolvida, até os 25 anos já está com a vida profissional bastante avançada. Já pode se dar ao luxo de freqüentar lugares que tem vontade e não apenas os bares da modinha (que geralmente te atraem porque tem promoções do tipo: ganhe uma caipirinha até as 21 horas). Nesses lugares você encontra homens já não tão jovens assim, mas que certamente tem boas histórias para contar e repertório para uma conversa mais fluente. Não demora muito, algum deles se aproxima e engata um papo. No inicio é interessante. Dificilmente eles vão chegar dizendo que querem te conhecer, tampouco soltar um “Você é linda”. Mas...não tarda acontecer algo extremamente desanimador: os caras querem conversar como se fossem garotos. “Tipo assim, não rola de visitar meus filhos só nos finais de semana como a ex quer. Tipo. Eu preciso ver os moleque mais vezes” ou pior “Fiz uma trilha animal esse final de semana. Foram 4 horas no mato, andando sem parar. Foi jóia pra cacete”. Como você é uma diva – sempre, independentemente da situação – o jeito é sair à francesa para não traumatizar o tiozão carente.
Viram só? Todos casos relatados por mulheres que, como eu, vivenciaram situações parecidas e temem pela extinção desse gênero da comunicação humana chamado cantada.
O que fazer então?? Ir à praça publica pedir “Queremos cantadas melhores”?? Ou a única solução é radicalizar e “assexuar-se” até que surjam seres verdadeiramente evoluídos e capazes de nos seduzir com o diálogo.
Rapazes, defendam-se! Digam: por que isso acontece??? Eis a pergunta que não quer calar...
O que?? Eu escutei direito?? Insegurança?? Todo homem é inseguro??
Sim, querido! Você que respondeu isso, acertou na mosca!
Deixem de bobagens rapazes. Na abordagem inicial ninguém está interessada em saber se você foi pra balada de Audi ou de mula. No papo que gostaríamos que rolasse, não nos interessa saber se o tamanho do seu bilau é proporcional ao seu salário. Queremos conhecê-los, de preferência, a partir de um bom papo.
Minha amiga, ouvindo a conversa de dois garotos outro dia, pescou algo fantástico. O mais sábio – o outro escutava as dicas atento, como Platão fez com seu mestre – disse para o discípulo: o segredo pra chegar “nas mina” é desenvolver o assunto. Você tem que chegar conversando. Se não for chegar assim, nem chega.
Mulheres, acreditem: ele tem, no máximo, 20 aninhos!!!
Animador, não é!? Tão jovem e tão sagaz...nem tudo está perdido, minhas amigas!
Entenderam rapazes?
Da próxima vez que vocês avistarem alguém interessante, cheguem para C O N V E R S A R. Sim! Desenvolvam o assunto. Pois, como magistralmente disse o guru da comunicação homem-mulher: se não for para chegar assim..