sábado, março 14, 2009

Que falta você me faz...

Lembra aquele dia que me pegou no colo e, insano, me atirou naquele que seria meu maior precipício? E eu fui, queda livre, gozando de toda a liberdade, toda segurança que me deu naquele momento.
Teve ainda aquela vez quando eu, insegura, me perguntava “é assim mesmo? Incômodo, conforto, querer sempre mais e nunca o fim?” Você, sutil, me mostrou que era real e, além disso, cochichou no meu ouvido “Não pára...deixa fluir...” Eu deixei. Me lembro de ter lhe dado uma piscadela, discretamente me curvando à sua sabedoria. E você sorriu.
Não dá para esquecer também quando descobrimos que, juntos, conseguíamos fazer da vida uma doce passagem, mesmo com todos os contratempos e contradições. Esses, com a gente junto, eram nada.
Mas você foi embora.
Não deixou telefone, endereço, sensações, e-mail ou qualquer resquício.
Deixou apenas um vazio. Um espaço que nada preenche.
Ninguém veste seu número!
A amizade cabe no espaço, mas sobram pequenos vãos. Não o preenche completamente.
A paixão? Não. Ela é inquieta demais para se encaixar em qualquer lacuna.
O tesão, pequenino, estreito, limitado. Se perde nessa imensidão que você ocupava.
Sinto saudade de você. Enquanto esteve comigo me fez mais humana, mais suave. Ainda realista, mas ponderada. Sublime presença que me fez descobrir “eu”.
E por tudo isso, ou apenas por isso, eu quero você de volta.
Amor. Sentimento completo, fundamental, eterno.
Que falta você me faz...