quarta-feira, outubro 22, 2008

Volta

Programei acordar as 8 e meia, tomar banho, café da manhã, ir à academia, voltar, almoçar um grelhado, pouco arroz e feijão, muitas verduras , gelatina light de sobremesa, sentar diante do computador e escrever um pouco do livro.
Mas,
acordei 11 e meia, almocei feijoada – repeti o prato – e a sobremesa foi sorvete de côco com abacaxi. Depois, ao invés de escrever, fui fazer os cálculos das minhas dívidas e quase tive uma indigestão.
No entanto,
a indigestão não aconteceu porque fui chamadas às pressas para uma entrevista com um saxofonista muito simpático. Ver a passagem de som do cara foi um ótimo digestivo. A entrevista aconteceu conforme devia e, de lá, eu e meus dois amigos (entrevistadores também) fomos para um boteco. Tomei uma coca zero, comi um pastel e falei sobre sexo. O clima estava ótimo,
porém,
eu precisei ir para a faculdade. E ir para lá, faltando apenas 50 dias para me formar, é como ser convocado para a seleção quando o próximo jogo do clube é com o líder do campeonato de quem se está distante apenas um ponto na tabela (Kaká certamente entende o que isso significa...). Depois de mendigar presença e fazer cara de boa moça para a professora – como nos tempos de escola, penso em voltar para casa.
Contudo,
eu e minha amiga fomos para o Baiano tomar refrigerante não light (ainda assim, menos calórico que cerveja) e falar sobre...nada. Às vezes é bom sentar com pessoas que se gosta para falar sobre tudo o que não significa absolutamente nada. O meu racionalismo inconveniente, claro, tinha que estragar o momento. Lembrei que estou gorda, cheia de dívidas, sem um amante, com o projeto de fim de curso estagnado e cansada da minha vida. O papo começou ficar chato e, por sorte, deu a hora de vir para casa. A sensação de fracasso tomou conta e eu decidi dormir.
Todavia
a falta de sono impediu que eu fizesse isso. Fui ler. E ouvir música. Luis Fernando Veríssimo e Lulu Santos. Um me inspirou escrever. O outro me fez sentir vontade de sair cantando “Quando um certo alguém desperta o sentimento é melhor não resistir e se entregaaaaaaaaaaaar!!!!!!”. Mas o que me inspirou escrever, me desanimou. Ele parece ter roubado todo o estilo da escrita para si. Lembrei do meu texto miserável. Pior. Li meu texto miserável. Desanimei. O outro que despertou o meu desejo de cantarolar, me fez perceber que não há um certo alguém em minha vida. Esmoreci. Voltou a crise.
Entretanto,
chorar na frente do computador é muito dramático. Então, li algumas piadas num site de futilidades e ouvi umas musicas de balada. Melhorei. Já estava me dando por satisfeita quando vi, no canto da página de um site, a notícia “Sábado, a partir das 16 horas, tem festa no Pacaembu”. Fim da crise. Sorriso no rosto, noite tranqüila de sono, bom humor ao despertar.
Afinal,
ser corintiana...compensa todos os meus fracassos.
(sigo acreditando que o futebol é uma grande metáfora da vida)