Domingo a noite é sempre a mesma coisa: quando Pedro Bial e Glória Maria dizem sorridentes “Uma ótima semana para você” a vontade que eu tenho é mandar ambos para a....Eles não tem culpa. Afinal, a semana pode ser ótima realmente. O problema é que ela começa na segunda-feira. E por causa disso os domingos a noite são tediosos.
Eu sou vitima desse pré-mau humor de começo de semana. E de uns tempos para cá, isso me deixou inquieta. Eu queria mudar. Estava disposta a fazer algo para tornar as últimas horas do final de semana menos angustiantes. Mas, o que fazer??
- Vamos ao forró domingo à noite?
O convite acima partiu de uma amiga no final de uma sexta-feira. Forró?? Eu?? A primeira resposta foi negativa. Não sei dançar, não gosto da música, não faz parte das minhas atividades culturais. Enfim, não é para mim. Ela insistiu e, como sou muito curiosa, decidi ir.
O contato inicial com o desconhecido provoca a mesma sensação em qualquer época da vida. Chegando lá, um misto de ansiedade e resistência predominou. Confesso que, no inicio, não gostei do que vi. A maioria das pessoas não tinha mais que dezessete anos. Além disso, a minha roupa contrastava com a das outras meninas. Todas estavam com sandálias sem salto e a maioria de saia rodada. Calça jeans e salto alto, só eu.
O lugar é simpático. Um grande salão iluminado por poucas luzes amareladas que deixam o ambiente na penumbra. Senti falta das mesas, do garçom servindo. Mania de quem freqüenta bares da zona sul. Ali o objetivo é dançar. Aliás, quando cheguei, muitos casais já dançavam ao som do forró tocado por um quarteto – guitarra, zabumba, triângulo e sanfona.
Consegui uma cadeira, sentei e então pude observar melhor quem dançava. Confesso que me assustei. O contato físico intenso, as pernas entrelaçadas, os corpos em movimentos sensuais. Para quem fez balé clássico na infância e ainda lembra da professora exigente mandando encolher o abdômen e manter o bumbum e a coluna alinhados aquela forma de dançar é chocante.
O som do forró nos primeiros minutos, porém, é agradável. Aliás, a música quebrou o gelo inicial. Não demorou para meus pés e tronco começarem a se mexer querendo acompanhar o ritmo. Decidi dançar. Avistei um rapaz que usava uma camiseta com o chamado: Vem Dançar Comigo. Era um garoto, de apenas 17 anos, instrutor de forró há quase um ano e meio. Ele foi paciente e me mostrou que, no forró universitário, tudo se resume ao compasso um-dois, um-dois e a mulher se deixa conduzir pelo homem. Dancei alguns minutos. Não rodopiei, não tive a performance dos dançarinos mais experientes. Para acompanhar quem estava no salão preciso ir para uma academia e fazer muitas aulas.
Entre um forró e outro rola muita paquera. Também, o cenário propicia o beijo na boca. Apesar disso, são poucos os casais que se formam enquanto a musica toca. É estranho, mas a música parece colocar quem dança num estado de transe. Não se conversa, não se olha no olho do parceiro. A expressão é de concentração. É como se o corpo estivesse totalmente entregue ao ritmo.
Depois de duas horas no lugar confesso que já estava começando a ficar cansada. O som alto de um ritmo que não está entre os meus favoritos, a dança que embora seja divertida não me agrada por completo e o espaço cada vez mais reduzido – as pessoas mais velhas, na faixa dos 20 anos, começaram chegar – acenderam o alerta: hora de ir para casa. Antes, porém, tive que dizer não a um garoto super simpático que me chamou para dançar.
Definitivamente não posso adotar o forró como elixir para tornar minha segunda-feira mais bem humorada. No entanto, não posso negar que saí de lá alegre. Afinal é um ambiente de muita harmonia e respeito. As pessoas se reúnem para fazer o que gostam. E fazem com muito prazer.
Certa vez li que não há um consenso entre os pesquisadores sobre a origem da palavra forró. Alguns acreditam que ela vem do termo africano “forrobodó”, que significa festa, bagunça. Outros atribuem à origem a expressão “for all”, do inglês. Não sei quem está certo. Mas para mim, as duas origens se complementam. O forró é uma festa para todos. Sem exceções.
Eu sou vitima desse pré-mau humor de começo de semana. E de uns tempos para cá, isso me deixou inquieta. Eu queria mudar. Estava disposta a fazer algo para tornar as últimas horas do final de semana menos angustiantes. Mas, o que fazer??
- Vamos ao forró domingo à noite?
O convite acima partiu de uma amiga no final de uma sexta-feira. Forró?? Eu?? A primeira resposta foi negativa. Não sei dançar, não gosto da música, não faz parte das minhas atividades culturais. Enfim, não é para mim. Ela insistiu e, como sou muito curiosa, decidi ir.
O contato inicial com o desconhecido provoca a mesma sensação em qualquer época da vida. Chegando lá, um misto de ansiedade e resistência predominou. Confesso que, no inicio, não gostei do que vi. A maioria das pessoas não tinha mais que dezessete anos. Além disso, a minha roupa contrastava com a das outras meninas. Todas estavam com sandálias sem salto e a maioria de saia rodada. Calça jeans e salto alto, só eu.
O lugar é simpático. Um grande salão iluminado por poucas luzes amareladas que deixam o ambiente na penumbra. Senti falta das mesas, do garçom servindo. Mania de quem freqüenta bares da zona sul. Ali o objetivo é dançar. Aliás, quando cheguei, muitos casais já dançavam ao som do forró tocado por um quarteto – guitarra, zabumba, triângulo e sanfona.
Consegui uma cadeira, sentei e então pude observar melhor quem dançava. Confesso que me assustei. O contato físico intenso, as pernas entrelaçadas, os corpos em movimentos sensuais. Para quem fez balé clássico na infância e ainda lembra da professora exigente mandando encolher o abdômen e manter o bumbum e a coluna alinhados aquela forma de dançar é chocante.
O som do forró nos primeiros minutos, porém, é agradável. Aliás, a música quebrou o gelo inicial. Não demorou para meus pés e tronco começarem a se mexer querendo acompanhar o ritmo. Decidi dançar. Avistei um rapaz que usava uma camiseta com o chamado: Vem Dançar Comigo. Era um garoto, de apenas 17 anos, instrutor de forró há quase um ano e meio. Ele foi paciente e me mostrou que, no forró universitário, tudo se resume ao compasso um-dois, um-dois e a mulher se deixa conduzir pelo homem. Dancei alguns minutos. Não rodopiei, não tive a performance dos dançarinos mais experientes. Para acompanhar quem estava no salão preciso ir para uma academia e fazer muitas aulas.
Entre um forró e outro rola muita paquera. Também, o cenário propicia o beijo na boca. Apesar disso, são poucos os casais que se formam enquanto a musica toca. É estranho, mas a música parece colocar quem dança num estado de transe. Não se conversa, não se olha no olho do parceiro. A expressão é de concentração. É como se o corpo estivesse totalmente entregue ao ritmo.
Depois de duas horas no lugar confesso que já estava começando a ficar cansada. O som alto de um ritmo que não está entre os meus favoritos, a dança que embora seja divertida não me agrada por completo e o espaço cada vez mais reduzido – as pessoas mais velhas, na faixa dos 20 anos, começaram chegar – acenderam o alerta: hora de ir para casa. Antes, porém, tive que dizer não a um garoto super simpático que me chamou para dançar.
Definitivamente não posso adotar o forró como elixir para tornar minha segunda-feira mais bem humorada. No entanto, não posso negar que saí de lá alegre. Afinal é um ambiente de muita harmonia e respeito. As pessoas se reúnem para fazer o que gostam. E fazem com muito prazer.
Certa vez li que não há um consenso entre os pesquisadores sobre a origem da palavra forró. Alguns acreditam que ela vem do termo africano “forrobodó”, que significa festa, bagunça. Outros atribuem à origem a expressão “for all”, do inglês. Não sei quem está certo. Mas para mim, as duas origens se complementam. O forró é uma festa para todos. Sem exceções.
2 comentários:
Adorei a crônica!!!! Gostaria de ter visto a dona Fer no forró! No mínimo, diferente! :) Beijosss
Você foi no forró, Fer... tá vendo... depois fala que não tem coragem!! hehe
Amanhã também é dia de forró! \o/
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