domingo, junho 18, 2006

Fim de caso

Eu não sei como sobrevivi a isso durante tanto tempo. Foram seiscentos e quarenta e oito dias sendo implacávelmente controlada por você. Dominou meus pensamentos, minhas atitudes. Tudo o que eu mais gostava de fazer, só era possível com seu consentimento. Uma relação sufocante, que foi me levando à loucura e hoje, definitivamente, eu resolvi dar um basta.
Tudo começou sem maiores pretensões. Num momento de crise, foi meu salva-vidas. Recorri a você outras vezes e as coisas foram tomando proporções maiores. Quando eu vi, já estava inteiramente dependente de você.
Fui dominada. Você tolhia as minhas vontades, submetia meus desejos às suas condições. Eu perdi a autonomia até mesmo para comprar um souvenir na banca da esquina. Cansei das suas cenas. Você me expôs ao ridículo quando, naquela loja na semana do natal, gritou para a atendente que eu não poderia jamais, em hipótese alguma, levar aquela blusa. Ela, constrangida diante da minha total submissão, recolheu a mercadoria. E eu, triste pelo que acabara de acontecer, voltei para casa de onde não saí mais para as compras.
Você passou do limite. E eu atingi o máximo da minha paciência. Por isso, analisei friamente a situação, reestruturei toda a minha vida para poder te dizer: Chega! Vou respirar mais suave, caminhar mais leve, vou, enfim, voltar a viver. Você pode não acreditar, mas toda aquela dependência acabou. Por mais que você insista, não voltará a fazer parte da minha vida. Porque, a partir de hoje, eu sou uma outra pessoa. Livre, independente, feliz e que não precisa mais de você, cheque especial.

4 comentários:

Júlia Dantas disse...

adorei, né! Assim como todos os seus textos. Se continuar com a variedade de temas como a dos últimos 2 posts, já tá bom demais!!

Bem-vinda noooovamente! hehe

beijos ferzoca

GABRIEL RUIZ disse...

Sabe o que eu disse pra mim mesmo e pra tela do pc qndo terminei de ler:

"nossa, animal!"

Qndo comecei a ler, notei que seria algo levando pra um lado, mas na vdd seria outra coisa. Pensei: a fernanda não ia colocar aqui sobre submissão a algum cafajeste (g ou j??) homem. Pq todos o são. E aí... putz cheuque especial! Maravilha alberto!
Gostei ein ó a carinha de feliz =)

bjão Fer.
Ah e vc tá me devendo um coments daquele texto, sabe aquele?

Anônimo disse...

É mesmo... impossível imaginar a Fer submissa a um cafajeste qualquer!
Eu queria ter a mesma coragem q vc e abandonar esse grande amor.... mas eu num consigo!!!
Mto loco o texto, continuo sendo sua fã!
bjão

Anônimo disse...

Adorei Fer! O engraçado que ontem o Gabriel falou dessa crônica do cheque especial, e qdo comecei a ler agora nem imaginei o cheque especial no fim, apenas estranhei o lance da submissão hehe. Muito bom mesmo!!!! bjos