sábado, dezembro 15, 2007

Estranho

Anteontem era dia da Confraternização Universal...
...ontem era festa junina...
...e hoje é natal...
Está tudo passando rápido demais..
Não deu tempo de guardar dinheiro, investir em ações e comprar meu carro...
Não deu tempo de ler todos os textos da faculdade, de colocar meu trabalho em ordem e de cuidar da minha psiquè...
Não deu tempo de começar a ler Saramago (de novo!)...
...nem de emagrecer 10 quilos...
Já estou com quase ¼ de século...
E ainda quero: ser mãe, encontrar o amor da minha vida, viver o amor da minha vida, morar no litoral, ter uma casa no campo, dois labradores e envelhecer com meus amigos...
Acho que não sei viver na contemporâneidade...
...existem coisas que me são incompreensíveis...
Porque não consigo adaptar minha vida a esse ritmo???
Me curvo à sapiência dele que colocou em sua lápide:
“Não deu tempo”
Porque, de fato, NUNCA dá...

domingo, dezembro 02, 2007

EU SO-OU CORINTHIANS!!!!

Aqui tem um bando de louco
Louco por ti CORINTHIANS
Pra queles que acham que é pouco
Eu grito por ti CORINTHIANS
Eu canto até ficar rouco
Eu canto pra te empurrar
Vamos, vamos, meu timão
Vamos meu timão
Não pára de lutar


Conversando com um daqueles torcedores de futebol – aqueles que já passam dos sessenta anos e hoje desacreditam completamente no futebol brasileiro porque assistiam, ou melhor, ouviam um futebol fantástico descrito pelas transmissões radiofônicas e liam as crônicas incríveis de Nelson Rodrigues – ouvi uma declaração daquelas que a gente é obrigada a contemplar a sabedoria dos mais velhos:

“Nada mais irracional e sem sentido do que a paixão. Mas também, nada mais vivo e vibrante do que a paixão. É por isso que eu gosto de corintiano”

E quem é corintiano sabe o que isso significa. Sabe aquelas paixões que se tem na adolescência? Aquelas que nos deixam perturbados, que fazem as folhas da matéria de física ficar cheias de corações, que parecem atrasar o relógio quando está chegando a hora de encontrar a pessoa, que na verdade se torna uma obsessão? Então, torcer pelo Corinthians é mais ou menos isso. A irracionalidade, a falta de sentido, a intensidade, a entrega, são as mesmas. A diferença é que a paixão corintiana não acaba.
Exagero? Não sei. Não me peça para argumentar utilizando teorias sociológicas, psicanalíticas ou qualquer coisa do gênero. O que eu sei é o que eu sinto. Eu e milhares que tatuam o escudo na pele, que vestem o manto sagrado em dia de jogo, que gastam parte do salário em ingresso, que voltam a pé para casa depois do jogo que termina meia noite em plena quarta-feira. Corintianos são seres absolutamente irracionais. E completamente apaixonados.
Deixo de lado as piadas – muitas vezes carregadas de preconceito – feita pelos torcedores de outros times. Isso a sociologia consegue explicar. O que me dá um prazer indescritível é fazer parte dessa nação que agrega o Corinthians como parte da própria vida desde o nascimento. Ou alguém acha que a escolha por qual time torcer foi baseada em uma análise aprofundada sobre qual time me proporcionaria uma torcida mais tranqüila?
Perder é ruim em qualquer situação, não apenas no esporte. Mas se deixamos de fazer parte da elite (nem tão ilustrada assim, mas ainda chamada elite) do futebol brasileiro temporariamente a culpa não é nossa. Estivemos e sempre estaremos com o Corinthians – seja qual for a diretoria, a comissão técnica, o time. Corinthians é uma entidade, independente de tudo isso.
Louco, não?
Sim, completamente.
Mas deixo a racionalidade chata da vida moderna para o trabalho, as decisões familiares, as convenções sociais em geral. Com o Corinthians eu sou só emoção. Por isso que eu digo: podem rir, podem fazer piadas. Faz parte do esporte. O que interessa é que...EU NUNCA VOU TE ABANDONAR, PORQUE TE AMO! EU SO-OU CORINTHIANS!!!!!
E tenho dito!

quinta-feira, novembro 15, 2007

Lacunas

As vezes falta...
Coragem para mudar radicalmente o rumo das coisas
Vontade para continuar naquilo que pode me trazer bons frutos
Explicações sobre o que era, o que foi ou o que na verdade nunca existiu
Foco para não me dispersar pensando em pequenas coisas
Humildade para reconhecer que não estou sempre certa
Amor, muito amor àqueles que são mais do que consangüíneos.
Tempo para estudar mais, trabalhar melhor e dormir oito horas
Organização para gerir melhor o pouco tempo que tenho
Gargalhar até doer a barriga
Carinho e atenção para os amigos
Equilíbrio para administrar melhor meu dinheiro
Paciência com os mais velhos, os atendentes em geral e os cachorros do vizinho
Paixão para voltar a sonhar acordada e andar nas nuvens
Disposição para continuar a árdua luta contra a balança
Pipoca, pão de queijo e chocolate na despensa
Ameixa, iogurte natural e soja na mesma despensa
Auto-estima para acreditar que sei fazer aquilo que verdadeiramente gosto
Atitude para não deixar passar oportunidades profissionais
Liberdade, libertinagem, sacanagem
Irresponsabilidade para jogar tudo pro alto e passar o fim de semana em festas
Maturidade para esperar tudo acontecer no seu tempo
Palavras amenas, gestos sutis, delicadeza no agir
Falar menos para que meu cérebro tenha tempo de pensar no teor do discurso
Parar, ouvir, refletir e agradecer pelo que foi dito
Acreditar que posso ser menos egoísta sem me prejudicar por isso
Ser menos tensa, menos comedida e mais feliz
Despreocupar-se de tudo isso
As vezes falta...viver.

terça-feira, novembro 13, 2007

Forrobodó for all

Domingo a noite é sempre a mesma coisa: quando Pedro Bial e Glória Maria dizem sorridentes “Uma ótima semana para você” a vontade que eu tenho é mandar ambos para a....Eles não tem culpa. Afinal, a semana pode ser ótima realmente. O problema é que ela começa na segunda-feira. E por causa disso os domingos a noite são tediosos.
Eu sou vitima desse pré-mau humor de começo de semana. E de uns tempos para cá, isso me deixou inquieta. Eu queria mudar. Estava disposta a fazer algo para tornar as últimas horas do final de semana menos angustiantes. Mas, o que fazer??

- Vamos ao forró domingo à noite?

O convite acima partiu de uma amiga no final de uma sexta-feira. Forró?? Eu?? A primeira resposta foi negativa. Não sei dançar, não gosto da música, não faz parte das minhas atividades culturais. Enfim, não é para mim. Ela insistiu e, como sou muito curiosa, decidi ir.
O contato inicial com o desconhecido provoca a mesma sensação em qualquer época da vida. Chegando lá, um misto de ansiedade e resistência predominou. Confesso que, no inicio, não gostei do que vi. A maioria das pessoas não tinha mais que dezessete anos. Além disso, a minha roupa contrastava com a das outras meninas. Todas estavam com sandálias sem salto e a maioria de saia rodada. Calça jeans e salto alto, só eu.
O lugar é simpático. Um grande salão iluminado por poucas luzes amareladas que deixam o ambiente na penumbra. Senti falta das mesas, do garçom servindo. Mania de quem freqüenta bares da zona sul. Ali o objetivo é dançar. Aliás, quando cheguei, muitos casais já dançavam ao som do forró tocado por um quarteto – guitarra, zabumba, triângulo e sanfona.
Consegui uma cadeira, sentei e então pude observar melhor quem dançava. Confesso que me assustei. O contato físico intenso, as pernas entrelaçadas, os corpos em movimentos sensuais. Para quem fez balé clássico na infância e ainda lembra da professora exigente mandando encolher o abdômen e manter o bumbum e a coluna alinhados aquela forma de dançar é chocante.
O som do forró nos primeiros minutos, porém, é agradável. Aliás, a música quebrou o gelo inicial. Não demorou para meus pés e tronco começarem a se mexer querendo acompanhar o ritmo. Decidi dançar. Avistei um rapaz que usava uma camiseta com o chamado: Vem Dançar Comigo. Era um garoto, de apenas 17 anos, instrutor de forró há quase um ano e meio. Ele foi paciente e me mostrou que, no forró universitário, tudo se resume ao compasso um-dois, um-dois e a mulher se deixa conduzir pelo homem. Dancei alguns minutos. Não rodopiei, não tive a performance dos dançarinos mais experientes. Para acompanhar quem estava no salão preciso ir para uma academia e fazer muitas aulas.
Entre um forró e outro rola muita paquera. Também, o cenário propicia o beijo na boca. Apesar disso, são poucos os casais que se formam enquanto a musica toca. É estranho, mas a música parece colocar quem dança num estado de transe. Não se conversa, não se olha no olho do parceiro. A expressão é de concentração. É como se o corpo estivesse totalmente entregue ao ritmo.
Depois de duas horas no lugar confesso que já estava começando a ficar cansada. O som alto de um ritmo que não está entre os meus favoritos, a dança que embora seja divertida não me agrada por completo e o espaço cada vez mais reduzido – as pessoas mais velhas, na faixa dos 20 anos, começaram chegar – acenderam o alerta: hora de ir para casa. Antes, porém, tive que dizer não a um garoto super simpático que me chamou para dançar.
Definitivamente não posso adotar o forró como elixir para tornar minha segunda-feira mais bem humorada. No entanto, não posso negar que saí de lá alegre. Afinal é um ambiente de muita harmonia e respeito. As pessoas se reúnem para fazer o que gostam. E fazem com muito prazer.
Certa vez li que não há um consenso entre os pesquisadores sobre a origem da palavra forró. Alguns acreditam que ela vem do termo africano “forrobodó”, que significa festa, bagunça. Outros atribuem à origem a expressão “for all”, do inglês. Não sei quem está certo. Mas para mim, as duas origens se complementam. O forró é uma festa para todos. Sem exceções.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Alerta aos rapazes

Definitivamente não dá! Podem me chamar de amarga, de mal amada, de chata, mas...façam uma pesquisa de campo com o público alvo. Distribuam um questionário. Na pergunta “Qual seu grau de satisfação com o xaveco masculino?” entre as opções “alto”, “médio”, “baixo”, “baixíssimo”, certamente, as mais votadas serão as duas últimas.
Eu não sei o que acontece (e nem adianta apelar para Freud porque nem ele sabe explicar...), mas os homens não evoluem. Calma, rapazes. Não estou aqui levantando a bandeira feminista, nem empunhando um cartaz “Mulheres no poder”. Em algumas coisas vocês até evoluíram bastante (ainda são os melhores degustadores de cerveja!). Porém, no quesito cantada, xaveco e conversinha qualquer brinquedinho de sex shop consegue melhores resultados que vocês.
Duvidam? Vamos aos estudos de caso então.
Case 1: balada. Todo rapazinho quando começa sair de casa, cai de pára-quedas – ou, o que é pior, sem ele – numa boate. É na balada que os garotos (muitos ainda com aparelhos nos dentes ou carequinhas por terem acabado de entrar na faculdade) vão mostrar que são bons “pegadores”. Então eles seguem para a pista e começam curtir. Musica eletrônica, bastante destilado para criar coragem de “chegar nas mina”, alguns flertes iniciais. Como bom macho que é, depois da calibrada inicial o mocinho parte para o ataque. Mira na mina gostosinha, vai chegando, dançando meio desengonçado, até começar “trocar idéia”. Aí a casa cai. Atenção para a eloqüência: “Qual seu nome?” diz o homem em potencial para a guria. A seguir ele solta uma frase de efeito: “Nooossa...vc é muito gata”, ou outro adjetivo parecido.
Tudo bem. Você aí, macho, corporativista, já deve estar com o discurso pronto: ele é um garoto inexperiente. Espera ele crescer que você não vai se arrepender.
Não se iludam amigas. Tudo no homem evolui. Do diâmetro da barriga ao saldo da conta bancária. Menos...
Case 2: Quem já superou a fase balada, está na fase baladinha. Barzinhos, botequinhos de luxo ou coisas do gênero. Ambiente mais sossegado, com boa bebida, cardápio agradável, música de qualidade. Geralmente a decoração ajuda então a gente pensa: ambiente legal para conhecer uma pessoa bacana. Seria mesmo. No entanto, olha as mancadas: os caras que tem mais de 23 e menos de 35 anos são assíduos freqüentadores desses lugares. Como não tem a musica eletrônica para ajudar na aproximação, criou-se uma técnica, a priori, perfeita para fazer o contato inicial: bilhetinhos, os chamados “torpedos”. Quando você está lá, com suas amigas, conversando sobre assuntos de extrema relevância (todos os assuntos que rolam nas mesas que só tem mulher são super inteligentes), chega o garçom modestamente com um guardanapo dobrado em quatro e diz: Mandaram te entregar. Então você abre, na esperança de encontrar algo tão interessante quanto o papo interrompido. Porém, os dizeres são...os mesmos?? “Você é linda..quero te conhecer, me liga” e um número de telefone é posto no guardanapo de papel. Cadê o repertório variado?? Onde está a sensibilidade, a criatividade?? O tempo não lhes trouxe isso?? Oh, céus...preocupante.
O problema talvez esteja nos caras de 20 a 30 e poucos anos. Vamos variar. Se homem demora para amadurecer, uma mulher de 24 talvez precise de um na faixa dos 40, 45 anos. Homens bem sucedidos profissionalmente, com a vida equilibrada, seguros. Esse é o nicho.
Case 3: Você como é mulher, inteligente, adulta e bem resolvida, até os 25 anos já está com a vida profissional bastante avançada. Já pode se dar ao luxo de freqüentar lugares que tem vontade e não apenas os bares da modinha (que geralmente te atraem porque tem promoções do tipo: ganhe uma caipirinha até as 21 horas). Nesses lugares você encontra homens já não tão jovens assim, mas que certamente tem boas histórias para contar e repertório para uma conversa mais fluente. Não demora muito, algum deles se aproxima e engata um papo. No inicio é interessante. Dificilmente eles vão chegar dizendo que querem te conhecer, tampouco soltar um “Você é linda”. Mas...não tarda acontecer algo extremamente desanimador: os caras querem conversar como se fossem garotos. “Tipo assim, não rola de visitar meus filhos só nos finais de semana como a ex quer. Tipo. Eu preciso ver os moleque mais vezes” ou pior “Fiz uma trilha animal esse final de semana. Foram 4 horas no mato, andando sem parar. Foi jóia pra cacete”. Como você é uma diva – sempre, independentemente da situação – o jeito é sair à francesa para não traumatizar o tiozão carente.
Viram só? Todos casos relatados por mulheres que, como eu, vivenciaram situações parecidas e temem pela extinção desse gênero da comunicação humana chamado cantada.
O que fazer então?? Ir à praça publica pedir “Queremos cantadas melhores”?? Ou a única solução é radicalizar e “assexuar-se” até que surjam seres verdadeiramente evoluídos e capazes de nos seduzir com o diálogo.
Rapazes, defendam-se! Digam: por que isso acontece??? Eis a pergunta que não quer calar...
O que?? Eu escutei direito?? Insegurança?? Todo homem é inseguro??
Sim, querido! Você que respondeu isso, acertou na mosca!
Deixem de bobagens rapazes. Na abordagem inicial ninguém está interessada em saber se você foi pra balada de Audi ou de mula. No papo que gostaríamos que rolasse, não nos interessa saber se o tamanho do seu bilau é proporcional ao seu salário. Queremos conhecê-los, de preferência, a partir de um bom papo.
Minha amiga, ouvindo a conversa de dois garotos outro dia, pescou algo fantástico. O mais sábio – o outro escutava as dicas atento, como Platão fez com seu mestre – disse para o discípulo: o segredo pra chegar “nas mina” é desenvolver o assunto. Você tem que chegar conversando. Se não for chegar assim, nem chega.
Mulheres, acreditem: ele tem, no máximo, 20 aninhos!!!
Animador, não é!? Tão jovem e tão sagaz...nem tudo está perdido, minhas amigas!
Entenderam rapazes?
Da próxima vez que vocês avistarem alguém interessante, cheguem para C O N V E R S A R. Sim! Desenvolvam o assunto. Pois, como magistralmente disse o guru da comunicação homem-mulher: se não for para chegar assim..

domingo, setembro 30, 2007

Sábado: Dia internacional da diversão

Será?
Se você acordou as sete da manhã, foi para a aula de antropologia e saiu de lá com a sensação de que identidade pessoal é utopia...
Se você foi à manicure e ela quase decepou seu polegar esquerdo...
Se você estava com sede, pediu uma bohemia e no primeiro gole sentiu que ela estava quente...
Se você quase foi porteiro de banheiro masculino (recebendo por isso moedinhas)...
Se você agüentou a melhor amiga bêbada dizendo: NEGA, EU TE AMO!! A cada cinco minutos...

E se, por fim, você chegou em casa e não encontrou mais os saquinhos de chá que sempre toma antes de dormir...
Acredite...sábado é o dia internacional da diversão!
Pois...
Você poderia ter acordado as sete da manhã para assistir uma aula de calculo três-avançado-para-maiores
Você poderia não ter unhas para fazer (ué...tem gente que come ela quase toda)
Você poderia ter sido contemplado com uma Sol bem geladinha...
Você poderia ter ficado em casa, vendo zorra total e visitando seu banheiro de vez em quando..
Você poderia não ter uma melhor amiga...
Você poderia ter encontrado um delicioso chá carqueja na sua xícara...
Viu só!?
Por isso eu digo: Não existe nada tão ruim, que não possa ficar ainda pior...

As bizarrices baurulinas

EU SOU BAURUENSE. Antes que comecem pensar que sou uma paulistana com sotaque da terra da garoa enojada por estar morando no interiorrrr adianto que sou caipira legítima, nascida na terra do abacaxi e da maquininha vermelha (Avante, avante noroeste!)
Mas tem umas incoerências na minha cidade que não dá para deixar de observar. Os estudiosos locais dizem que o ponto forte daqui é o comércio. Concordo. Mas o comercio bauruense não é qualquer comércio. É altamente especializado. Bauru é a cidade dos supermercados. Sem duvida. Exemplo evidente: Wall Mart. Um amigo engenheiro discorda, mas eu ainda acho que o espaço interno desse supermercado é maior do que o do shopping – aliás shopping filho único de mãe solteira e pai desconhecido. Não há outro centro de compras além desse mini shopping e o calçadão. Calçadão esse que é assim, digamos, uma ruela: 700 metros cheios de lojinhas repetitivas.
Outra curiosidade. A população brasileira está envelhecendo, mas a bauruense parece ser eternamente adolescente. Afirmo isso pela quantidade de garotada que circula pela noite da cidade. IMPOSSÍVEL comer no Lucy no sábado a noite. Eles comem, se lambuzam nos lanches gordurosos e depois param na porta da lanchonete onde rola super a vibe – muito beijo na boca, muita zoação, uhulll!!! E a gente, que não é tão velho assim, mas que deseja, basicamente, uma mesa, uma cerva gelada e boa musica de BG, acaba ficando sujeito a certas situações constrangedoras – por exemplo, vômito nos banheiros.
O que também me deixa com cara de nada quando vejo: ônibus sem cobrador. Não existe um terminal de ônibus urbano na cidade. Então, como é possível não ter o tiozinho sentadinho na banqueta agilizando o transporte coletivo??? Talvez seja a única cidade em que motorista de ônibus tenha acumulo de função. Isso dá até mudança na legislação previdenciária. Dá para aposentar o motorista-cobrador com quinze anos de trabalho. Pense nisso, senhor Ministro.
Mas tem também umas coisas interessantes. Há na cidade um Pub que é casa de pagode! Isso é fantástico!!! É um novo ambiente, hibrido. Uma mistura de Europa com Brasil. Um espaço que pode abrigar, pelo nome, boêmios depressivos tomando cerveja escura e pela música, jovens animados que vão dançar até suar a camisa.
Eu poderia elencar aqui uma série de peculiaridades bauruenses (quatro faculdades de direito, um aeroporto internacional fantasma, os buracos que tem um pouco de asfalto e são chamados de ruas, etc, etc, etc). Mas se você quiser saber mais sobre as bizarrices baurulinas não acesse nenhum site. Venha para cá, sinta o calor infernal das três da tarde, divirta-se com as cafonices tipicamente interioranas! Acredite, é bizarro, mas é legal. Afinal, se de perto ninguém é normal, por que Bauru haveria de ser diferente!?

domingo, setembro 23, 2007

Da série: ODEEEEEEEIO

ODEEEEEEEIO acordar antes do meio dia às segundas-feiras (e isso acontece, inevitavelmente, há dois anos!!)
ODEEEEEEEIO ter que admitir que cerveja dá barriga, celulite e engorda
ODEEEEEEEIO quando chove assim que eu acabo de fazer escova no cabelo
ODEEEEEEEIO mulheres delicadas e equilibradas que não falam palavrão, não dão ‘piti’ e não vivem a TPM em toda sua plenitude.
ODEEEEEEEIO que esqueçam meu aniversário, de dar meus recados e de me pagar.
ODEEEEEEEIO comprar por impulso e depois morrer de remorso.
ODEEEEEEEIO profissionais incompetentes (nossa...odeio meeeeeeeeeeesmo!!!!)
ODEEEEEEEIO mais ainda profissionais incompetentes com estabilidade no trabalho.
ODEEEEEEEIO telemarketing e call centers
ODEEEEEEEIO pizza de mussarela (nem azeitona vem!!!)
ODEEEEEEEIO atender ligações a cobrar, receber mensagens estranhas no celular e spam no e-mail.
ODEEEEEEEIO toalha molhada em cima da cama.
ODEEEEEEEIO ter que esperar duas horas e meia para poder ir de uma cidade a outra.
ODEEEEEEEIO receber oferta da revista Veja (não leio nem se ganhar o exemplar!)
ODEEEEEEEIO receber o noticias do vermelho.org (não sei como acharam meu e-mail!!)
ODEEEEEEEIO cetim (nada mais feio que uma blusa de cetim!!!)
ODEEEEEEEIO paetê em barra de saia (nem carnavalesco sabe usar isso direito)
ODEEEEEEEIO pessoas mal humoradas
ODEEEEEEEIO pessoas que odeiam
ODEEEEEEEIO dizer que odeio
Mas tem coisa que realmente não dá pra agüentar.

Bom dia!

Hibernei. Dormi o inverno inteiro. Por isso estou voltando agora, com o florescer da primavera...ahh...a primavera...apesar do calor cada vez mais intenso e adiantado (era para esquentar só em dezembro, não era?) algumas flores persistentes brotam sobre copas frondosas, apesar da seca, e modificam a paisagem. Vocês observaram aquela árvore de flores roxas no Parque Vitória Régia? Esse ano ela floresceu! E está linda...Viva!! Estamos na Primavera!
Eu prefiro o inverno, apesar de tudo. A paisagem do inverno me agrada. O sol meio alaranjado, as folhas secas pelo chão, galhos de árvores parodiando os surrealistas com suas sombras. As vestimentas pesadas, as cores sóbrias, a pele seca. Não, não é paisagem morta. Me remete a introspecção. As portas fechadas ao cair da noite, os braços cruzados para enfrentar o vento gelado. O inverno parece ser um momento de se recolher em si e hibernar.
Aí a gente acorda na primavera. Abre a janela e vê o sol, as flores, o verde, a passarada. É como se fosse um recomeço. O renascer da primavera. Um professor de literatura certa vez disse isso. E para mim, faz muito sentido.
Talvez porque eu nasci nessa estação. Todo ano, conforme se aproxima o meu aniversário, eu tenho a sensação de que preciso, de alguma forma, recomeçar. Isso não significa abandonar o que está sendo vivido. Mas rever alguns valores, aproveitar de alguma forma as experiências vividas, modificar aquilo que está me incomodando. Enfim, me deixar florescer.
A minha primavera está começando. Essa talvez seja a melhor dos últimos anos. Minha vida está cheia de verde, com um sol radiante e uma chuvinha que molha a terra e dá aquele cheirinho gostoso...
Claro que nem todas as minhas árvores vão derrubar flores pela alameda. Preciso hibernar outras vezes para que eu acorde pronta para viver a melhor de todas as primaveras. Mas essa já está bem bonita. O céu está azul, os pássaros estão cantando para mim. A alma é leve, o peito está aberto e eu estou, como poucas vezes estive, feliz!
Que todos nós tenhamos um bom despertar, um bom recomeço, uma boa primavera.

domingo, abril 08, 2007

De coisas que a gente conversa num domingo de páscoa à noite com uma das melhores amigas pela internet

Carol: Passei a páscoa sem chocolates.
Fernanda: Por que??? Vocês não podem comer???
Carol: Podemos, mas fizemos um acordo aqui em casa. Chocolate está muito caro e é uma coisa que comemos o ano todo. Então fiz um bolo de laranja, super light, sem manteiga, nem açúcar, com cobertura de coco.
Fernanda: Nossa, que inveja de vocês!
(risos)
Carol: E eu também nunca fui habituada a comer doces. Quando era criança fiquei doente e tive que ficar um período sem comer. Acho que acostumei ficar sem.
Fernanda: Comigo já foi o oposto. Tive hepatite e a base da dieta durante o tratamento era açúcar. Comia doce direto. Acostumei...hoje ficar sem doces pra mim é difícil...
Carol: Fermiguinha!
(risos e ternura)
Fernanda: Adorei isso!!!!
Carol: É...isso dá uma histórinha...

Adooooooooooro esses momentos!!! Tem coisas que só a mente de Caroline Ferreira da Silva é capaz de produzir. Aguardo o conto...

domingo, março 11, 2007

Incompleta

Se você não gosta de leite gelado com chocolate granulado, eu adoro. Se o seu paladar recusa um prato com banana e salsicha cortadas em rodelas, o meu degusta com prazer essa refeição. Se você acha estranho tomar banho na água fria e lavar o cabelo na água morna, tudo bem. Minha pele e cabelo agradecem quando faço isso.
Não gosto de café, de assistir televisão com várias pessoas, nem dormir de meias. Mas adoro suco de acerola sem açúcar, futebol na TV aos domingos e ficar de pijama o dia todo. Detesto a arrogância do olhar felino e os seus intermináveis banhos de língua. O que eu gosto mesmo é de passar horas conversando com meu cachorro – mesmo que sejamos incomunicáveis – e de me molhar inteira com aquela chacoalhada imprópria quando lhe dou banho.
Adoro o calor da Bahia, mas nada melhor do que uma noite geladinha esquentada por uma caneca de chá quente, bem à moda gaúcha. As cores intensas de Tarsila me seduzem. Mas a sobriedade do preto Chanel parece deixar tudo mais elegante. Choro vendo filme, final de novela ou com uma carta de amor – mesmo que não seja para mim. No entanto, os problemas alheios me são indiferentes quando a minha sensibilidade está afetada pelos meus.
Gosto do que é bom, bonito e quase sempre, consequentemente, caro. Não sei fingir que está tudo bem se o lugar não é bem decorado, a música é ruim, as pessoas mal vestidas e a cerveja, barata, quente. Minha insatisfação, explicitada na expressão mal humorada, soa antipatia. Em contrapartida, faço o possível para agradar e divertir as pessoas que convido para sair comigo.
Vivo no século XXI, mas ainda acho o realismo a melhor escola literária que a humanidade já produziu. Ouço Chico Buarque apenas porque queria ser aquela mulher que fala pela sua poesia. Adoro Madonna e Michel Jackson, pois com eles consigo fazer uma das coisas que mais me dão prazer: dançar. Não gosto de rock progressivo, de música eletrônica fora do contexto balada e faço da new age o meu melhor sonífero. Acho lindo o carnaval carioca, adoro muros grafitados e outdoor para mim não é poluição visual.
Ainda acho que ler jornais ainda é uma das melhores formas de se manter desinformado. Adoro os comerciais e, na minha opinião, a publicidade é quem faz a verdadeira comunicação social. Leio revistas femininas, adoraria me enquadrar nos padrões estéticos e acho que o discurso feminista parou no tempo em que a mulher brigava para não ser apenas dona de casa.
Não tenho ideologia. E acho que hoje quem diz que tem, mente. Desconfio dos discursos politicamente engajados, dos socialmente preocupados e moralmente bem resolvidos. Sou consumista de roupas da moda, radicalmente contra a legalização da maconha e a minha desilusão com a política nacional não foi ratificada pelo esquema do mensalão(?). Hipocrisias, opiniões rasas e histerias coletivas não me comovem.
Acredito nas ações silenciosas, porém concretas. O planeta está esquentando, a maioria da população mundial continua abaixo da linha da pobreza e manifestações, faixas, bandeiras ficam bem apenas ilustrando jornais. Para mim, enquanto não houver transformação interior não sairemos do “platonismo” de um mundo melhor.
Corro constantemente atrás da perfeição – embora ela ainda seja mais veloz e esteja a anos luz do meu alcance – e exijo o mesmo de quem se dispõe a trabalhar comigo. Acho que falta de profissionalismo e incompetência são dois dos grandes males da humanidade e tenho pavor só de pensar que em ser afetada por eles.
Não sei perdoar, guardo mágoas e não acredito que minha gastrite seja conseqüência dos meus ressentimentos. Também não sei amar, porque sempre amo exageradamente e o meu protecionismo excessivo acaba sendo confundido com possessividade e dependência.
Gostaria de ser menos falante, menos romântica, menos chata. Tento ser o mais óbvia possível porque o simples e evidente não precisa de psicanalista e não desagrada ninguém. Para mim e para os outros que dividem sua convivência comigo seria tudo mais fácil.
Talvez fosse possível me compreender se eu dissesse que “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Mas ainda não sou por completo. E para ser preciso me buscar, percorrer meus caminhos desconhecidos. É o que tenho feito. Por isso, deixo todos avisados: Não estou. Não estarei por um bom tempo. E “se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar quando eu me encontrar”.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Mantra

Semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem, semana que vem....
porque nessa não dá mais tempo...

domingo, janeiro 14, 2007

Será?

- Fer, o que você ta ouvindo?
- Ella...
- Uau!!! Em pleno dia 1º de janeiro???
- Tem dia para ouvir boa música?
- Não...
- E você? Ta ouvindo alguma coisa?
- Sim....sua música!
- Ahhhhh!! Não diga que você ta ouvindo Pagu!? Essa música não tem nada a ver comigo. E tem mais, querido: Vinicius e Tom não tiveram a delicadeza de fazer uma música com meu nome. E o Chico ainda, veja bem, AINDA, não me encontrou. Ou seja, minha música ainda não foi feita...
- Foi sim...e por uma mulher ainda!
- Oh, céus!!! Lésbica??
- Ao que tudo indica, sim...
(risos...)
- Que musica é?
- Então...
- Fala logo, Rafael...
- Espera, deixa eu explicar...
- Rafa...
- Não é uma música para todas as Fernanda. É a sua música! E isso é bem diferente...
- blá, blá, blá....Você vai me zoar. Que música é?
- Tem muito da sua personalidade. Lembra de quando eu dizia que você não é o que parece ser para todo mundo, e que a Fernanda de verdade é alguém que precisa se esconder para parecer normal e equilibrada e dentro dos padrões ético-morais-e-etc, sem que isso seja uma coisa boa ou ruim. Simplesmente você é assim. Lembra?
- Sim, lembro. Mas...
- Ok, não vamos discutir isso agora. Essa música foi feita para essa Fernanda que eu conheci, mas que poucos percebem que ela existe...
- Ohhh!! Grande mago-psicanalista!!! 3,2,1...ou diz que música é ou desligo o telefone agora...
- Ouça...
Encosta o fone no alto-falante do som dele e ouço a “minha” música.
- Rafa...o que é isso??
- Gostou?? Não é a sua cara??
- Nossa...Ouvi essa música n vezes, mas...

- E até o título dela foi feito inspirado em você.
- Qual é mesmo?
- Senhas...

Senhas
Adriana Calcanhotto

Eu não gosto do bom gosto

Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
Eu compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto do bom senso
Eu não gosto de bons modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem…

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Aviso

Dadas as informações desencontradas o comunicado que segue se fez necessário para esclarecimentos.

Comunicamos a V. S. que o nome correto da autora deste blog é Fernanda e não Fabiana ou Débora como muitos insistem em chamá-la. Informamos também que o estado civil da mesma permanece inalterado, ou seja, conforme consta em seu registro civil é solteira. Cumpre-nos informar ainda, que ela está “se lixando” se já está passando da hora de arrumar um namorado “sério” para noivar, casar e futuramente ter filhos. Ainda com relação a este assunto, informamos que a vida sexual e afetiva de Fernanda diz respeito somente a ela.
Outro equivoco se faz em torno da vida profissional da mesma. Ela não está fazendo jornalismo para substituir a Glória Maria e não adianta especular sobre o que pretende fazer quando receber o diploma universitário, pois Fernanda não consegue fazer planos para além das próximas 48 horas. Há também rumores de que ela está muito bem empregada, trabalhando como funcionária pública. É nosso dever esclarecer que a autora deste blog trabalha aproximadamente 10 horas por dia e o seu salário é equivalente ao da maioria dos brasileiros, ou seja, insuficiente para todas as suas despesas mensais.
Quanto às suas características físicas, informamos que Fernanda engordou alguns quilinhos, ganhou algumas manchas na pele, perdeu vários fios de cabelo (que também está arrebentado e sem vida) e que a mesma não está disponível para comentários falsos, meros clichês familiares, do tipo “Nossa, como você emagreceu..está tão bonita!” E mesmo que fossem verdadeiras tais colocações isso não teria qualquer relação com “um príncipe encantado que vai tomar conta desse coraçãozinho rebelde”.
Por fim, informamos que apesar de gostar e muito de reuniões familiares, Fernanda dispensa diálogos com tias, primos e afins que insistem em saber mais do que ela está disposta a revelar. Família para ela são pais, irmãos, sobrinhos. E mais ninguém.

Agradecemos a atenção de todos

Quem passou os festejos de final de ano com familiares entendeu perfeitamente este post.